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sábado, 9 de janeiro de 2010

Libertos para servir: reflexões sobre o prazer no serviço a Deus

Capítulo II
Dos que anunciam
o evangelho da salvação



1. Quanto à evangelização do mundo, convém saber que Deus escolheu dentre os homens alguns para serem seus mensageiros, pois os anjos faziam este papel no Antigo Testamento e nos primeiros séculos da Era Cristã, mantendo um papel relevante na vida dos primeiros discípulos.


2. Antes da vinda de Cristo, os homens escolhidos para esta missão eram chamados profetas, verdadeiros porta-vozes divinos que anunciavam a chegada daquele que era o Messias, o Salvador, o enviado de Deus: Jesus Cristo.


3. A partir de Jesus Cristo, e com o surgimento da igreja, vemos surgir uma nova faceta desta evangelização, a nomeação de apóstolos, dentre eles, o ‘pequeno’ Paulo (esse é o significado de seu nome);


4. Não houve, queridos irmãos, nenhum apóstolo como Paulo, no sentido de sua formação intelectual e de seu zelo religioso, no sentido de sua profunda compreensão do Antigo Testamento, interpretado à luz de Cristo, com total maestria.


5. Devemos ao seu ministério apostólico a nossa atual condição de salvos, como ele explica na seguinte afirmação: “Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua graça, revelar seu Filho em mim, para que eu pregasse entre os gentios...” (1.15,16a). São gentios todos aqueles que não são judeus. Dessa forma, entendemos que nós, os cristãos do Ocidente, somos todos gentios.


6. Paulo não resolveu ser o “apóstolo dos gentios” por sua própria vontade. Ele foi escolhido para fazê-lo. Essa é a fonte da autoridade apostólica deste grande mestre cristão!


7. Um apóstolo, como a palavra quer significar, é alguém escolhido para levar uma mensagem, alguém enviado por uma pessoa com uma mensagem a transmitir, alguém que recebeu sua comissão diretamente de Deus. No caso específico da igreja de Cristo, apóstolos foram os homens escolhidos por Jesus para serem suas testemunhas autorizadas dos acontecimentos de sua vida e obra, para vê-lo depois de ressurreto e para dar testemunho dele à humanidade. Receberam o apostolado diretamente de Cristo e, nesse sentido, são únicos. Não se sustenta o título de apóstolo em nossos dias, biblicamente falando. A comissão divina para este ministério específico ficou restrita àqueles que foram colunas da igreja recém-formada.


8. No começo da Carta aos Gálatas, Paulo afirmou que sua escolha para ser apóstolo não foi “da parte de homens” ou “por intermédio de homens” (1.1). Isso significa que seu apostolado era originado fora de si mesmo e de qualquer instituição humana. Tinha origem divina.


9. Tal afirmação nos leva a questionar a reprodução nos nossos dias de uma nova elite de “apóstolos”, que se dizem ligados a determinadas comunidades religiosas. O título de apóstolo, por escolha divina, de representação, como proclamadores do evangelho serve apenas para aqueles que foram “diretamente comissionados” por Jesus. Como são usados hoje, servem apenas como titulação hierárquica que distingue uma pessoa dos demais componentes do corpo de Cristo. Não nos deixemos enganar!


10. Outra interessante constatação é que o trabalho “apostólico” na Bíblia é itinerante, como se pode perceber nos versículos 17 a 21 do primeiro capítulo de Gálatas. O ofício apostolar era pregar o evangelho, formar as bases das novas comunidades, muitas vezes, permanecendo entre essas comunidades por algum período de tempo.


11. Parece-nos mais promissor entender que todos nós, cristãos, responsáveis pela transmissão do evangelho, agimos como apóstolos, ainda que não carreguemos esta titulação. Por outro lado, os missionários, plantadores de igrejas, espalhados por todo o mundo, são os que mais se aproximam da função apostolar, conforme anuncia Paulo em Gálatas. Em 2008, tive grande prazer em conhecer e trabalhar com dois destes, homens especiais, dedicados à missão evangelística: os pastores Washington e Rubens, no estado do Ceará. São dois belos exemplos de trabalho apostolar, em nossos dias, sem necessidade de qualquer titulação oficial, senão a de pastores.


12. Convém observar, queridos irmãos, que o título “apóstolo” foi concedido pela mediação do próprio Cristo! Paulo, nosso apóstolo em questão, reafirma sua autoridade para representar o próprio Deus com a mensagem evangélica, quando diz: “porque não o recebi [o evangelho] de homem algum, nem me foi ensinado, mas o recebi por revelação de Jesus Cristo” (1.12). 

2 comentários:

  1. Muito importante essa visão do apostolado do passado e o do presente, onde nós ocasiona uma captação contemporânea do assunto. Na realidade é a necessidade do homem possuir um título para justifica o que ele gostaria de ser, porem esta no campo das idéias o que ele gostaria de ser, e exatamente o mencionado no tópico 9 , “Como são usados hoje, servem apenas como titulação hierárquica que distingue uma pessoa dos demais componentes do corpo de Cristo.”
    Apesar de apenas possuir um título hierárquico eles acreditam possuir os mesmos atributos dos apóstolos.
    É a necessidade que eles têm da posse do título e função. Na realidade o mais importante e ser e não ter. Sendo você conquista o que não tem e tendo apenas, quando perder não conseguirá conquistar. As vezes temos sem conquista , por acha que somos.
    Um grande abraço, muito bom o capítulo, consegui encontrar argumentos e palavras para o assunto.
    Aguardo postar o cap. 3 .
    Pr Adir Ferreira

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  2. A questão da "crise do ser" no povo evangélico é o tópico de um sermão do Caio Fábio, na década de 90, quando ele fazia os Congressos da Vinde.

    Os links para esta mensagem estão no meu outro blog, no endereço

    http://pastordavipibdafazenda.blogspot.com/2010/01/ebd-2-dialogo-e-acao-1t2010-continuacao.html

    À parte as burradas do Caio e sua briga com Malafaias da vida, o sermão é muito interessante...

    No meu blog eu comento partes dele.

    Abraços.

    PS. O capítulo 3 segue daqui a pouco...

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