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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Libertos para servir: reflexões sobre o prazer de servir a Deus

Capítulo XV


Paulo e o evangelho da

LIBERDADE


1. O evangelho pregado por Paulo bem que poderia ser chamado de “evangelho da liberdade”, pois o resumo da Carta aos gálatas tem este teor.

 2. Ao afirmar que “para a liberdade Cristo nos libertou” (5.1), Paulo estaria falando de quê? Por acaso nos projetaria para uma “terra sem lei”, em que não teríamos que responder a nenhum estatuto que não a nossa própria consciência? Não creio...

3. Sem a noção qualitativa dessa liberdade alcançada, ficamos à mercê de nossa própria sorte. No capítulo 5, Paulo nos fornece uma explicação plausível sobre a condição de liberdade alcançada por cada cristão, pelo agir do Espírito da vida.

4. O que nos prendia, antes de termos sido libertos por Cristo? O que é esse tal “jugo da escravidão” que Paulo tanto fala? (5.1b) A palavra jugo se refere à canga colocada sobre o lombo do boi, prendendo seus movimentos a um serviço a ser executado. A metáfora é simples: Paulo fala da vida humana que é pautada pelas obrigações religiosas e civis, portanto legais, que levariam o homem para a autojustificação.

5. Todos já ouvimos a opinião popular, afirmando que se uma pessoa de natureza bondosa e gentil morrer, ela irá para o céu por causa de seu bom comportamento. Pois bem, esta idéia errônea se baseia na concepção legalista e opressora da “justificação pela lei” (5.4). Deus opera a “justificação pela fé”, em oposição a esta idéia.

6. A lei não é má em si mesma, apenas não alcança o fim a que se propõe, visto que somos incapazes de cumpri-la efetivamente. Viver pela lei é “estar obrigado a guardar toda a lei” (5.3), o que, sendo-nos impossível, requer uma diferente abordagem de vida para cada cristão.

7. Precisamos ser libertos da lei, mas no sentido da acusação que ela nos faz. Paulo explica que “o que vem pela lei é o pleno conhecimento do pecado” (Rm 3.20b). Ao constatarmos nossa condição pecaminosa, nada nos resta senão a culpa: “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23).

8. Até que sejamos libertados da culpa e declarados inocentes de nossos pecados não há esperança para nós. Paulo ensina que esta liberdade foi alcançada “pelo escândalo da cruz” (5.11b), onde Jesus “se deu a si mesmo por nossos pecados” (1.4).

9. Não precisamos mais estar “separados de Cristo” (5.4) na tentativa de nos salvar a nós mesmos pela autojustificação. Fomos “chamados à liberdade” (5.13). O pecado já não tem poder escravizador sobre nós. Podemos resistir a ele se usarmos as armas certas para a batalha que se trava no espaço interior (pensamentos, intenções, vontade, sentimentos).

10. Paulo afirma, categoricamente, que o cristão precisa estar firme na decisão que tomou: “permanecei, pois, firmes” (5.1). Crer em Cristo é confiar na justiça de Deus (obtida no sacrifício da cruz), e viver segundo essa condição, pela ação orientadora do Espírito voltada para o futuro: “pelo Espírito aguardamos a esperança da justiça que provém da fé” (5.5).

11. Não há lugar para o medo, para a incerteza, para a culpa na vida de quem foi libertado do pecado. A hipótese, portanto, da “queda da graça” (5.4), ou da perda da condição alcançada para o crente, no raciocínio de Paulo, nada mais é do que uma falsa percepção do que ele diz. “Decair da graça” é para Paulo rejeitar completamente a liberdade oferecida em Cristo. Para os judeus, isso significaria permanecer no legalismo e na autojustificação.

12. Vivamos, pois, como amados do Senhor, livres do pecado. Isso implica numa “nova lei” (5.14) que, literalmente, traduz a proposta da liberdade alcançar: somos livres para servir, a Deus a ao próximo, sob o estigma do amor.

2 comentários:

  1. Quando falamos de liberdade religiosa ou repetindo as palavras de Paulo “para a liberdade Cristo nos libertou” (5.1), podemos chegar a conclusão da falta de conhecimento do povo de Deus."Respondeu-lhes Jesus: Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus" Mateus 22.29)Vemos o povo de Deus se esforçar para mostrar uma liberdade sem direção,uma liberdade desastrosa que envergonha o nome do Senhor Jesus, pois os libertos são guiados pelo Espírito Santo, daí ouvimos aberrações, tais como: ... é melhor não escrever. Deus abençoe em nome de Jesus.

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