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sexta-feira, 5 de março de 2010

A IGREJA-MODELO: reflexões sobre como viver e divulgar a fé

Capítulo III
Corações agradecidos
As orações de ação de graças a Deus pelo apóstolo
  
(Comentário de 1Tessalonicenses 1.2:
"Damos, sempre, graças a Deus por todos vós, mencionando-vos em nossas orações e, sem cessar")

Você é daqueles que agradecem a Deus "por tudo"?
O que será que Paulo quer dizer com essa expressão "Em tudo dai graças"?

1. Em suas orações, principalmente, aquelas que faz para agradecer, Paulo tem a preocupação de mencionar as pessoas que se converteram a Deus durante suas campanhas missionárias. Paulo usa uma palavra grega especial, eucharisto, que traduz a ideia de “ação de graças”.

2. A oração sempre se dirige à pessoa de Deus Pai. Jesus falava com Deus assim (Mt 15.36; Jo 11.41). Da mesma maneira, Paulo orava assim (Rm 1.8; 1Co 1.4; Fp 1.3) e os salvos são retratados no Apocalipse orando assim: “Graças te damos, Senhor Deus, Todo-Poderoso, que és e que eras, porque assumiste o teu grande poder e passaste a reinar” (Ap 11.17).

3. Paulo faz questão de agradecer a Deus por ter possibilitado que o trabalho em Tessalônica frutificasse. Os gentios que se converteram a Deus eram por ele lembrados, incessantemente (1Ts 1.2). A partir da fé em Cristo, os gentios de Tessalônica podem contar com a ação constante do Espírito Santo para criar o ambiente de harmonia espiritual necessário para uma relação espiritual, seja com Deus seja com o próximo.

4. Paulo agradece, também, pela aceitação de sua mensagem, encarada pelos gentios de Tessalônica como tendo caráter divino.

Analisando a diferença que Paulo dá à palavra “humana” e à palavra que, ainda que produzida pelo discurso humano, tem origem divina (1Ts 2.13), fico a pensar na relevância dessa oração para nós, hoje. Há  uma hiperexposição do discurso religioso na mídia. Grande parte desses discursos se encaixa, evidentemente, na descrição paulina "palavra humana". Tais discursos causam tanta polêmica que já tramitam pelo Congresso Nacional projetos de reformas constitucionais e disposições que têm como proposta a diminuição do discurso religioso na TV. Fosse a mensagem televisiva "puramente" evangélica, seria a televisão um meio "quente" e não "frio", como explica a teoria da comunicação.

5. Ainda assim, penso que (guardadas as devidas proporções) devemos agradecer constantemente por Deus nos proporcionar sua palavra, por quaisquer meios de comunicação. A Palavra da verdade é o meio pelo qual ele trabalha, eficazmente, na vida do crente. É o mesmo raciocínio desenvolvido por Paulo em Efésios 3.7, quando o apóstolo afirma que foi feito ministro de Deus: “...segundo a operação do seu poder”.

6. Paulo explica que a oração de ação de graças é um tributo (1Ts 3.9). A palavra grega sugere a idéia de "recompensa, devolução". É uma idéia interessante, principalmente, em nossos dias, onde a mentalidade é a de receber de Deus, em vez de retribuir a Deus.

Será que estamos dispostos a retribuir em gratidão a Deus pelo desenvolvimento da igreja, pelos novos convertidos? Será que o nosso coração está cheio da alegria de vivenciar a igreja se reproduzindo, como estava o de Paulo?

7. No capítulo 5, versículo 18, Paulo faz a última afirmação sobre o dever de orar agradecendo a Deus na Primeira Carta. Ele diz que devemos agradecer a Deus por todas as coisas que ele faz:  “Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco”.

8. Muitos entendem que devemos agradecer, inclusive, pelos desatinos e desvarios ocorridos em nossa vida, provocados por pessoas mal intencionadas e, também, pelo inimigo de nossas almas. Mas não é isso que passa pela cabeça de Paulo.

9. O uso correlato que ele faz da expressão grega ‘en panti’ (Em tudo), em 2Coríntios 6.4-10, quando fala de seu testemunho pessoal como ministro de Deus, delineia uma moldura para focalizar a missão a realizar, em duas frentes: 

a. “Em tudo”, para Paulo, inclui o sofrimento imposto pelo mundo para a realização da obra de Deus: aflições, privações, angústias, açoites, prisões, tumultos, trabalhos, vigílias, jejuns (v. 4,5), são dificuldades momentâneas produzidas em função de sua missão. Paulo não agradece pelos problemas, o que seria uma espécie de desequilíbrio emocional. Paulo agradece por fazer parte da obra de Deus, superando tais obstáculos, por amor a seu Senhor.

b. "Em tudo", também, na mesma linha de pensamento, inclui os incentivos divinos para suportar e vencer no ministério: a pureza, o saber, a longanimidade, a bondade, o Espírito Santo, o amor não fingido, a palavra da verdade, no poder de Deus, as armas da justiça (v. 6,7).

10. Longe de viver se autodestruindo, Paulo se sente vivo; longe de se sentir castigado e quase morto, Paulo se sente animado e alegre; longe de se sentir pobre e necessitado, ele se enxerga como um benfeitor espiritual, enriquecendo a muitos.

11. Paulo tinha um coração agradecido. E nós? Temos agradecido a Deus pelas oportunidades de realizar sua obra? Ainda há tempo de começar...

12. Um coração agradecido é uma das mais poderosas forças de divulgação da fé. 

2 comentários:

  1. Olá Pastor! Graça e Paz. Passando para conhecer seu espaço e parabenizá-lo pelos conteúdos. Que Deus continue derramando graça multiplicada sobre tua vida e ministério e que vc continue abraçando a verdadeira sabedoria sabendo que ela te honrará. Um fim de semana de muitas conquistas em Deus. Se quiser nos visitar será uma alegria.
    blogdamulhercrist.blogspot.com

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  2. Passei por lá e gostei muito.
    Concordo com a colocação por você citada, de Finley, que corremos o perigo da autoexaltação.
    Preservemo-nos, como temos feito, confiando na graça e misericórdia do Senhor.

    Um abração, em Cristo

    Com a sua permissão, continuarei seguindo o seu blog.

    Pastor Davi Freitas
    Queimados, RJ

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