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segunda-feira, 3 de maio de 2010

A IGREJA-MODELO: reflexões sobre como viver e divulgar a fé

Capítulo 10

Quando os esforços são vãos
1Ts 2.1-6

A igreja em Tessalônica vivia sendo influenciada por reconstruções equivocadas da mensagem apostólica. A mensagem do evangelho corria o risco de ser deturpada. Pessoas com autoridade estavam projetando seus próprios desejos nos seus ensinos e, assim, atrapalhando o crescimento espiritual e o conhecimento de Deus por aqueles cristãos. Corremos esse risco, sempre, pois como afirma Edgar Morin "não há conhecimento que não esteja em algum modo marcado pelo erro e pela ilusão".(1) Ele está se referindo à constante possibilidade do erro e da ilusão, por causa da multiplicidade de meios para perceber e conhecer um fenômeno.

Se, por um lado, Paulo diz que sua abordagem e aproximação da igreja em Tessalônica "não foi vã" (1Ts 2.1), ou seja, infrutífera, vazia de propósito e sentido, por outro lado, podemos aferir que esta palavra caracteriza as reconstruções equivocadas do evangelho pelos opositores do apóstolo Paulo.

Afinal, o que é um ensino vão ou infrutífero? Para responder, Paulo situa as informações e os dados recebidos do relatório de Timóteo acerca daquela congregação num contexto. É assim que o conhecimento adquire sentido para nós.(2)

Paulo apresenta a seguinte contexto para esforços evangelísticos vãos no meio da igreja:

Primeiro, têm origem em erro (do grego, planes), isto é, na mentira e no embuste. Segundo, têm motivos impuros (do grego akatharsia), isto é, são motivadas por uma intenção maldosa, maliciosa; são geradoras de uma vida de imoralidade e luxúria. Terceiro, se baseiam no dolo ou fraude (do grego, dolos). É a mesma palavra usada para descrever a acusação falsa a Jesus, com a finalidade de prendê-lo (Mt 26.4; Mc 14.1). Quarto, usam palavras que estão a serviço dos homens e não de Deus. Paulo ressalta o perigo dessa situação de "agradar aos homens" em Gálatas 1.10: "Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo". No versículo 5, Paulo explica que essa palavras são "lisonjeiras" (do grego, kolakeias), isto é, têm a intenção de bajular os ouvintes. Quinto, são pretextos (do grego prophasis) para saciar o apetite ganancioso e avaro deles  (do grego, pleonexia). Por fim, buscam a glória dos homens (do grego doxa), isto é, honra e glamour, fama.

CONTINUA...
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(1) MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. Tradução de Catarina Eleonora
F. da Silva e Jeanne Sawaya; revisão técnica de Edgard de Assis Carvalho. 8. ed. São Paulo: Cortez, Brasília, DF: UNESCO. 2003

(2) É o segundo saber necessário à educação, segundo Morin: princípios do conhecimento pertinente – construção e (des)construção.

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