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sexta-feira, 23 de abril de 2010

A IGREJA MODELO: reflexões sobre como viver e divulgar a fé

Capítulo 8
Modelos de fé - O progresso espiritual dos crentes de Tessalônica
(1Ts 1.7-9)

1. É da natureza humana imitar, culturalmente, reproduzindo modelos que aparecem no dia-a-dia, principalmente, em tempos modernos, com a exposição na mídia. Bordões (frases inventadas por humoristas), gestos, vestimentas e estilos compõem o arsenal da imitação.

2. Será que temos imitado pessoas dignas? Temos, nós, filhos de Deus, oferecido ao mundo um exemplo de fé semelhantes aos dos discípulos de Cristo?

3. A igreja em Tessalônica havia alcançado sucesso no quesito de oferecer ao mundo um exemplo de conduta cristã. Essas mudanças profundas na vida do salvo serão o alvo da análise de 1Tessalonicenses 1.7-9.

4. “De sorte que...” – Paulo inicia o versículo 7 do primeiro capítulo com a expressão grega “hoste”, que apresenta uma relação de consequência com o versículo anterior, e que poderia ser traduzido “Por consequência”, “A ponto de”, “De modo que”. Paulo está afirmando que, depois de ter recebido com alegria a Palavra da verdade do evangelho, imitar o Senhor Jesus tem consequências positivas para o testemunho cristão.

5. “...vos tornastes modelo” – Não se pode receber Jesus e ficar da mesma maneira de antes. Quem imita Cristo torna-se modelo. A palavra grega, “typos”, traduz a idéia de uma marca, impressão, imagem, esquema, padrão moral, modelo.

6. Quem são aqueles a quem Paulo se refere na frase “...para  todos os crentes na Macedônia e na Acaia”? Macedônia e Acaia (Grécia) formavam juntas uma província imperial (de 15 a.C. a 44 d.C). À época de Paulo, ambas eram províncias senatoriais. No ano 67 d.C, o imperador Nero declarou a Acaia livre.

7. Algumas ocorrências da palavra "modelo" são esclarecedoras: É a mesma palavra usada por Tomé, diante dos discípulos, pedindo para ver e tocar o “sinal” dos cravos no Cristo ressurreto (Jo 20.25). Também, é a que traduz o “modelo”, o “esquema” dado por Deus a Moisés para a construção do tabernáculo (At 7.44). Em Romanos 6.7, Paulo a usa para traduzir a “forma” de doutrina ou ensino que corresponde à mensagem de salvação. Fala, também, de seu próprio “exemplo” de vida deixado para os crentes de Filipos (Fp 3.7). E na segunda carta aos Tessalonicenses, repete este argumento para os crentes dessa igreja: “...para vos dar em nós mesmos exemplo, para nos imitardes” (2Ts 3.9).

8. Mas é no texto da carta pastoral a Tito que Paulo desenvolve melhor a ideia de oferecer um “modelo” de vida. Ele orienta seu discípulo e líder eclesiástico: “Em tudo te dá por exemplo de boas obras...” (Tt 2.7). É o mesmo que “colocar-se numa situação”, oferecer-se como” um exemplo para os demais. Obras realizadas em nome de Jesus oferecem sólido testemunho (Mt 5.16). A ideia não é a de “aparecer”, ficar nos holofotes (Mt 6.1). É da natureza do salvo agir assim (Ef 2.10; Tt 3.8). Esse deve ser um compromisso pessoal de cada salvo.

9. De acordo com a descrição de Paulo no versículo 8, o modelo oferecido pelos crentes é evangelizatório. Ele afirma que o evangelho "ecoou para fora" (do grego "exekhetai"), ou seja espalhou-se para além daquelas províncias. Paulo falava da divulgação da Palavra de Deus mas, também, da repercussão da vida deles como forma de testemunho ao mundo romano: "a  vossa  fé para  com  Deus  se  divulgou" (aqui, também, exekhetai).

10. Crentes cuja fé em Deus é perceptível são autoconscientes e automotivados: "de tal maneira que já dela não temos necessidade de falar coisa alguma" (v. 8c). Se você é assim, tenha certeza de que motiva e incentiva muitos outros seguidores de Jesus a serem fiéis e produtivos no reino.

11. Uma palavra acerca da fé em Deus: Crer em Deus é abandonar o mundo, renunciando o pecado como escolha de vida para voltar para o Senhor. Implica na conversão: "vos convertestes a Deus" (v. 9), afirma Paulo acerca deles. A palavra grega "epestrepsate" se traduz como "virar-se para", "retornar", "voltar". Essa ruptura tem caráter permanente, por causa da ação de Deus em guardar o crente na sua fé. É o que afirmam dois escritores bíblicos: o autor da epístola aos Hebreus e Pedro. A carta aos Hebreus diz acerca dos salvos, comparando seu comportamento com o dos apóstatas: "Nós, porém, não somos dos que retrocedem para a perdição; somos, entretanto, da fé, para a conservação da alma" (Hb 10.39). Pedro, também, afirma a segurança do salvo, nas poderosas mãos do Senhor: "...sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo" (1Pe 1.5).

12. Deveríamos nos perguntar, constantemente, se precisamos de "muletas" para crer ou se nossa fé está firmemente enraizada numa disposição especial para com Deus: "vos convertestes... para  servirdes ao Deus vivo e verdadeiro" (v. 9). Somente essa disposição para o serviço pode fazer com que nossa fé seja permanente. Ociosidade e fé não são palavras enunciadas numa mesma frase.

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